{Resenha} Selva de Gafanhotos



Título: Selva de Gafanhotos
Autor: Andrew Smith
Editora: Intrínseca
ISBN: 9788580576856
Número de Páginas: 352
Ano: 2015
Classificação: 
Na pequena cidade de Ealing, Iowa, Austin e seu melhor amigo, Robby, libertam acidentalmente um exército incontrolável. São louva-a-deus de um metro e oitenta de altura, completamente tarados e famintos. Essa é a verdade. Essa é a história. É o fim do mundo e ninguém sabe o que fazer.
Com todos os elementos obrigatórios de um romance apocalíptico, Selva de gafanhotos mistura insetos gigantes, um cientista louco, um fabuloso bunker subterrâneo, um mal resolvido triângulo amoroso-sexual e muita, muita confusão, e está longe de tratar apenas do fim do mundo.

Ler um livro sem esperar nada dele é uma das melhores situações, afinal, evitamos frustrações. E foi assim que comecei Selva de Gafanhotos. As únicas coisas que eu sabia sobre o livro eram as seguintes: três amigos, insetos gigantes e apocalipse. Só. E foi com apenas esses três elementos que dei início a essa leitura mais do que ótima.

Primeiramente, conhecemos Austin Szerba, um garoto que vive na pequena (e fictícia) cidade de Ealing, Iowa. Ele e seu amigo-gay-não-assumido-publicamente, Robby, são adolescentes que podemos chamar de comuns. Andam de skate, frequentam a escola, vão ao cinema e etc. Ambos possuem um lugar secreto localizado no estacionamento do shopping center chamado Selva de Gafanhotos e é lá que as coisas começam a ficar peculiares.

Em um dia, Austin e Robby estavam na Selva de Gafanhotos passando um tempo, quando alguns garotos de outra escola aparecem e começam uma briga com eles. Os dois amigos acabam machucados, ensanguentados e sem os tênis, que foram jogados no telhado de uma das lojas do shopping.

Na noite do mesmo dia, os dois resolvem sair de noite, quando as lojas já estariam fechadas, para recuperar seus sapatos. Austin leva a sua namorada, Shannon Collins, que fica esperando no carro quando a missão se inicia.

Depois de recuperar os pertences, os garotos decidem bisbilhotar na loja do padastro de Shann e, em sua sala, acabam encontrando globos um tanto quanto peculiares. Globos de vidro com pedaços gigantes de insetos, fetos humanos de duas cabeças e gosmas em seus interiores. Assustados com os conteúdos, os garotos tentam fugir, mas, antes disso, testemunham (escondidos) alguém roubar um desses globos. Esse globo roubado continha a Cepa de Praga IM 412E Contida que cairia da mão do ladrão, entraria em contato com o sangue derivado da briga dos garotos daquele dia e daria início ao fim do mundo.

O livro é narrado em primeira pessoa pelo próprio Austin Szerba. Um detalhe sobre a narrativa do garoto é a sua obsessão por detalhes nos registros de histórias. Ao decorrer do livro, ele nos relata a origem de sua família polonesa, fatos do passado de Ealing, mudança de sobrenomes de alguns habitantes da cidade e diversos outros acontecimentos. Pra quem é fã de detalhes, principalmente cronológicos, assim como eu, vai achar a leitura de Selva de Gafanhotos um prato cheio. E, por serem muitas informações, várias delas são reprisadas durante a narrativa, o que, para alguns, pode ser considerado um ponto cansativo, mas, vale ressaltar, que a maioria dos registros são de suma importância para a construção da identidade de Austin.

Pode-se parecer que o cenário apocalíptico do mundo sendo dominado por insetos gigantes de 1,80m, famintos e cheios de vontade de trepar, seja o foco de Andrew Smith, porém, não é o caso. O autor utiliza esse cenário um pouco bizarro para tratar de assuntos comuns da adolescência como amor, amizade, questionamentos sobre orientação sexual, afinal, Austin se encontra apaixonado tanto por Robby quanto por Shannon, e também sobre algo que "atormenta" os adolescentes na idade de Austin: tesão. Muito tesão.

Outro ponto bem considerável sobre o livro é a sua edição. Como de costume, o cuidado com a edição e diagramação da Intrínseca é impecável. A capa é verde limão e a parte externa das folhas é de um amarelo bem chamativo, fazendo uma comparação com um fato presente no livro. Já nos capítulos, que são quatro divididos em vários subcapítulos pequenininhos, há a imagem de uma parte de um inseto, seja as patas, as antenas, as garras. Muito bonito e divertido.

Quando John Green relata que "você nunca leu nada igual" (frase contida na capa do livro), ele diz a verdade. Não é sempre que você lê uma estória sobre um adolescente que vive numa cidade pacata, que está tendo questionamentos sexuais e sente tesão com quase tudo, enquanto o mundo está sendo dominado por insetos gigantes, famintos e cheios de desejo por trepar. Andrew nos presenteia com um enredo muito comum e ao mesmo tempo muito original, fugindo bastante dos padrões de Young Adults encontrados hoje em dia.

Um comentário :

  1. Só passando pra ser coruja e dizer que o Lucas é a melhor pessoa que existe <3
    [e também que a resenha tá demais, além de que esse livro parece ser maluco!]

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