{Resenha} O Demonologista



Título: O Demonologista
Autor: Andrew Pyper
Editora: Darkside Books
ISBN: 9788566636406
Número de Páginas: 320
Ano: 2015
Classificação: 

O personagem que dá título ao best-seller internacional é David Ullman, renomado professor da Universidade de Columbia, especializado na figura literária do Diabo - principalmente na obra-prima de John Milton, Paraíso Perdido. Para David, o Anjo Caído é apenas um ser mitológico. Ao aceitar um convite para testemunhar um suposto fenômeno sobrenatural em Veneza, David começa a ter motivos pessoais para mudar de opinião. O que seria apenas um boa desculpa para tirar férias na Itália com sua filha de 12 anos se transforma em uma jornada assustadora aos recantos mais sombrios da alma.
Enquanto corre contra o tempo, David precisa decifrar pistas escondidas no clássico Paraíso Perdido, e usar tudo o que aprendeu para enfrentar O Inominável e salvar sua filha do Inferno.

Confesso pra vocês que quando soube desse livro eu quase surtei por três motivos. Um: o título sugere obviamente que o enredo é sobre um demonologista, que é uma coisa que eu gosto muito, não que eu seja satanista ou algo do tipo, muito pelo contrário; Dois: é Darkside, ou seja, a edição seria mais do que magnífica. Três: foi divulgado como filho entre O Código da Vinci e O Exorcista. Só poderia sair coisa boa desses três itens, certo? Só podia mesmo, porque não foi o caso.

O livro é narrado em 1ª pessoa por David Ullman, nosso protagonista. Ele é um professor universitário renomado por conta de seu estudo sobre o Diabo da obra Paraíso Perdido, de John Milton. Por mais irônico que seja, David é cético, ou seja, não acredita na origem de seu estudo mais profundo.

Assim que as férias da faculdade começaram, David recebeu uma visita um pouco inusitada e estranha em sua sala: uma mulher de aparência esquelética. Essa mulher veio lhe oferendo um trabalho que, de acordo com ela, seria diferente. O professor se sente intrigado e pergunta quem gostaria de o contratar e qual trabalho seria esse. A mulher não lhe respondeu, apenas lhe entregou um envelope com um endereço de Veneza na Itália e um cheque com uma quantia bastante significante. Quando David virou para a mulher, ela já não estava mais lá.

Com o cheque e o endereço nas mãos, David decide aceitar o trabalho e o usa como desculpa para tirar férias com a sua querida filha que anda um pouco deprimida ultimamente. Então, os dois vão para Veneza. Teria sido melhor se tivessem ficado em casa, pois as "férias" acabaram se tornando um pesadelo depois que a filha de David é, de certa forma, raptada por demônios e ele terá que dar início a uma jornada para salvá-la.

Até essa parte do enredo, o autor está de parabéns. Algo intrigante e adepto a diversas possibilidades, podendo seguir qualquer caminho. Porém, é exatamente aí que o livro começa a desencaminhar (desculpem o trocadilho). Andrew se preocupa tanto em criar um trajeto para David que se estende demais. David vai de um lugar para outro, sai desse outro para aquele, sai daquele e vai para esse e por aí vai. Parece que a caminhada de David não tem fim. Seria até compreensível se todos os lugares possuíssem algum propósito, mas não é o caso. Há alguns lugares que David vai que servem apenas para lhe dizer que ele precisa ir para outro, só. Acaba sendo um pouco denso em certos momentos.

Outro ponto que O Demonologista peca é no terror. Consigo contar em uma mão as cenas que deveriam causar algum medo ou sensação parecida no leitor. Quando um livro é dito como filho de O Exorcista, as cenas arrepiantes de possessão e etc deveriam ser inevitáveis e constantes. Podemos dizer, então, que O Demonologista seria um filho bonzinho e calmo da obra de William Patter Blatty. 

Outra coisinha a sinalizar é o desfecho da obra. Ao terminar a leitura, você pensa em todo o trajeto de David, todos os lugares que ele foi e o sentimento final é: só? É uma leitura que te "enche" de expectativas para finalizar da maneira mais morna possível. Infelizmente.

Mas tudo tem outro lado, não é mesmo? O lado bom de O Demonologista não poderia ser nada menos do que a edição pela Darkside. O livro é em capa dura, com efeito de desgaste na capa e na contracapa com as letras em relevo, com ilustrações e páginas pretas e até mesmo com direito a fita de cetim para marcar as páginas. Mas o verdadeiro destaque vai para a lombada foi feita como se não tivesse lombada, como se ela tivesse sido arrancada ou que tivesse desgrudado por conta do tempo. Edição magnífica. 

Enfim, se eu tivesse surtado, o único motivo justificável seria o dois, da edição. Sobre demonologistas, o assunto é abordado muito pouco em seu verdadeiro significado, apenas focando na tese de David sobre o Paraíso Perdido. E sobre ser considerado filho de O Exorcista, como eu já disse... Só se for o bonzinho e calmo. Acredito que não é um livro que eu recomendaria para quem gosta de estórias de horror e suspense, pois está mais para um thriller calmo e denso.

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