{Crítica} Whiplash: Em Busca da Perfeição




Quando falamos de baterista, quais sãos os primeiros que aparecem na nossa cabeça? Ringo Starr, Dave Grohl, Travis Barker, Dan Platzman... Todos, ou pelo menos a maioria, são de rock, certo? Agora, vocês já pararam pra pensar que no Jazz também há bateristas? E eles ainda possuem um grande papel na banda. E é aí que entra Andrew, um estudante da melhor escola de música dos Estados Unidos, o conservatório Shaffer.

Todos sabemos que seguir a carreira de música não é muito fácil e isso só complica quando você estuda com diversos ótimos alunos, alguns até melhor do que você, e tem que se destacar. Na Shaffer, o maior desejo dos alunos é fazer parte da orquestra principal da escola que é regida pelo reverenciado e impiedoso mestre do jazz Terence Flecther. E Andrew consegue. Mas não pense que as coisas começam a ser mais fáceis por conta disso, pois se tornam ainda mais difíceis.

Terence leva o seu trabalho mais a sério do que o normal. O perfeito é pouco para ele. E, como Andrew é o mais novo integrante, é o que mais sofre para poder se destacar no meio da orquestra. Treinos e mais treinos, suor e mais suor nas mãos, nos dedos, na própria bateria... Até onde ir para se destacar e ser lembrado futuramente como um grande baterista? Andrew vai em busca de seus objetivos, mesmo que isso vá mexer com o seu psicológico e com o seu físico.

Como um apaixonado por música, Whiplash: Em Busca da Perfeição não poderia ter causado outro efeito em mim. Com um enrendo um pouco incomum dentre os diversos filmes americanos, o filme consegue ser magnífico em sua simplicidade. Um jovem, uma bateria, escola de música... Isso poderia muito bem ser um High School Band ou um Fama, mas o foco de Damien Chazelle, o diretor, é outro. Aqui falamos de esforço, limites, até onde ir e se é possível cruzá-los para cumprir seus objetivos. E, se formos parar para pensar, a vida de Andrew pode ser o que qualquer estudante de música passa no seu dia a dia.

Uma das coisas que mais me chamaram atenção durante o filme foram os enquadramentos. Muito legal quando se preocupam em transmitir ao espectador o sufoco do personagem juntamente com a vibração do mesmo. Seja dando close na mãos, nas baquetas, na vibração do tambor, na boca de Terence Fletcher durante um grito. Muito bom.

Outra coisa que merece ser exposta é: Miles Teller. Sabe aquele ator que você nunca daria nada, que é meio indiferente? Era a minha relação com ele. Mas isso foi antes de Whiplash. Ele se entregou ao papel completamente. Essa entrega me lembrou um pouco de Jennifer Lawrence, pois a minha reação com ela foi quase a mesma e hoje ela é uma das minhas atrizes favoritas. J. K. Simmons, que interpreta o Terence, também não fica de lado, mas o destaque é, com certeza, do nosso protagonista com todo o seu sufoco.

Indicado ao Oscar como Melhor Filme, Melhor Ator Coadjuvante (J.K. Simmons), Roteiro Adaptado, Edição e Mixagem de Som, Whiplash: Em Busca da Perfeição vem como não quer nada, mas acaba surpreendendo. Com certeza não sairá de mãos vazias. Me arrisco a dizer que as estatuetas Mixagem de Som, Edição e, muito provável, Melhor Filme já estão garantidas.


Título: Whiplash: Em Busca da Perfeição
Elenco: Miles Teller, J. K. Simmons, Paul Reiser, Melissa Benoist
Direção: Damien Chazelle
Gênero: Drama, Musical
Duração: 109 min.
Classificação: 12 Anos
Avaliação: 

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