{Resenha} Iluminadas



Título: Iluminadas
Autor: Lauren Beukes
Editora: Intrínseca
Tradução: Mauro Pinheiro
ISBN: 9788580575033
Número de Páginas: 320
Ano: 2014
Classificação: 
Harper Curtis é um assassino que vem do passado. Kirby Mazrachi é a garota que estava destinada a não ter um futuro. Chicago, 1931. Harper Curtis, um andarilho violento, invade uma casa abandonada que esconde um segredo tão chocante quanto improvável: quem entra ali é transportado no tempo. Instigado por um comando que parece vir da própria casa, Harper persegue as “meninas iluminadas” – garotas cuidadosamente escolhidas em diferentes décadas – com o objetivo de matá-las. Voltando no tempo após cada assassinato, seus crimes são perfeitos e impossíveis de serem rastreados. Ou pelo menos é o que ele pensa.
Chicago, 1992. Kirby Mazrachi viu sua vida ser destroçada após um ataque brutal que por pouco não a levou à morte. Incapaz de esquecer tal acontecimento, Kirby investe seus esforços em encontrar o homem que tentou assassiná-la. Seu único aliado é Dan, um ex-repórter policial que cobriu seu caso e agora aparentemente está apaixonado por ela. À medida que a investigação de Kirby avança, ela descobre outros casos semelhantes ao seu – e garotas que não tiveram a mesma sorte que ela – ligados por evidências que parece impossíveis. Mas, para alguém que deveria estar morto, impossível não significa que não tenha acontecido.

Quando o assunto é viagem no tempo, temos milhões de exemplos de filmes como De Volta Para o Futuro, O Exterminador do Futuro, Feitiço do Tempo, A Mulher do Viajante do Tempo e vários outros. Tive a oportunidade de conferir todos esses filmes, mas nunca tinha lido algum livro com esse tema... E é aí que entra Iluminadas, de Lauren Beukes, que, infelizmente, poderia ter sido melhor.

Em 1931, Harper Curtis está sendo perseguido e, depois de assaltar uma senhora cega, ele sofre um acidente e acaba no hospital com o tendão rompido e sem um centavo nos bolsos. De repente, ele começa a escutar uma música que de, certa forma, o chama, fazendo com que ele a siga e acabe indo até A Casa. De fora, essa casa parece abandonada, mas, por dentro é bem luxuosa. Ela acaba servindo de portal do tempo, em que Harper apenas precisa pensar na época e lá estará.

A Casa tem um propósito para Harper: ele tem que matar certas garotas "iluminadas" de certas épocas. No quarto tem um objeto e um nome de cada uma das garotas e ele simplesmente as enxerga brilhando e as mata, completando o serviço. Mas isso acaba não dando muito certo quando Kirby Mazrachi, vítima de Harper, acaba sobrevivendo ao seu ataque, prejudicando o trabalho de Harper.

A partir daí, a jovem Kirby, após se recuperar, decide ir atrás de seu assassino. E, para isso, arruma um estágio num jornal e fica sobre a responsabilidade de Dan, um ex-repórter policial que cobriu seu caso. Ela começa a se aproveitar da influência dele para ir atrás de pistas, totalmente determinada.

Com uma premissão tão legal, eu estava cheio de expectativas quando comecei o livro e, infelizmente, acabei me frustando no final. A autora deixa muito a desejar quando o asssunto é A Casa ou as garotas "iluminadas". Não há explicação de nada. Por que existe a Casa? Qual o critério da casa para escolher as garotas? Por que as garotas brilham? Por que Harper? Todas essas perguntas sem respostas. Só me restou a frustação.

Por se tratar de um thriller policial, um dos pontos fortes desse gênero é a investigação policial para chegar ao assassino, certo? Pois é, Lauren falha aí de novo. Além das investigações de Kirby e Dan são totalmente sem lógica, não acompanhamos o desenvolver delas. Outro ponto importante desse gênero é o aprofundamento no perfil psicológico do assassino e os seus assassinatos, que também não foram aprofundados como deveriam: só temos um capítulo sobre o passado de Harper, que, sinceramente, não tem importância e os assassinatos são totalmente sem criatividade, sem a crueldade que estamos acostumados.

Sobre a edição: é padrão Fifa Intrínseca. Com uma capa simples, mas ao mesmo tempo muito bonita e com elementos da narrativa, a editora caprichou: folhas amarelas, cuidado com a diagramação – mesmo eu achando a fonte um pouco pequena – e sem erros aparentes de revisão.

Enfim, apesar de todas essas falhas, não é um livro chato, dá pra se entreter com Harper, Kirby e Dan, mas não espere uma ótima qualidade se está acostumado com aqueles thrillers policiais cheios de violência e emoções. A premissa é bem legal, mas infelizmente não teve o desenvolvimento merecido. Fica aquele sentimento de que poderia ter sido melhor. Bem melhor.

O livro fazia parte da primeira Maratona Literária #EuSouDoideira e a música escolhida para o livro é Sweet Dreams (Are Made Of This), do Eurythmics, que, acredito eu, possui a mesma "energia" do livro.



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